Hoje vou compartilhar com você um pouco mais do meu universo melissístico. Ser colecionadora de melissa não é uma coisa fácil - acho que colecionar qualquer coisa não é fácil na verdade! - Bem, falando sério, eu sou até bem novinha nesse assunto, já ganhei meu primeiro par não faz nem um ano - no meu aniversário do ano passado! - mas posso dizer que já conquistei vários "quilometros rodados nesse ano de duro aprendizado melissístico".
(eu fazendo pose lá no R.J. na exposição comemorativa dos 30 anos da Melissa, a "MELISSA EU")
Quilometros, muita informação, surtos psicóticos e dezenas de pares. São 68 até a presente data. Minha coleção é itinerante, ou seja, compro, vendo, troco sem muita dor no coração. Coleciono porque gosto, não para simplesmente deixar na caixa e ficar olhando babando. Coleciono para usar. E nem tenho ainda muita criatividade, uso com calça jeans e camiseta, blusinha, vestido, etc. Nada de moda, não tenho pretensões de lançar alguma tendência. Sou uma simples garota que gosta muito de sapatos de plástico coloridos!
Mas vamos a um pouco de história - mas não muita porque eu não sou nenhuma fodona-sei-todos-nomes-e-coleções. Posso cometer gafes, mas dane-se, esse blog é meu e tal.
A Melissa mudou muito desde seu laçamento, há 30 anos. O plástico ficou muito mais macio, hoje já são mais de 500 modelos lançados, sendo diversos desses assinados por designers famosos (e consequentemente, cobiçadíssimos!). São lançadas anualmente 2 coleções: outono/inverno e inverno/verão, com cerca de 50 modelos cada. E a cada nova coleção, nós melisseiras (é como uma religião, temos até esse adjetivo : melisseira) sofremos.
Primeiro são as dúvidas e especulações sobre modelos e cores que serão lançados (e lá se vão muitas horas de navegação e debates acirradíssimos). Depois fotos que alguma sortuda tem acesso, e a nós, pobres mortais, nos descabelamos. O próximo passo é a divulgação oficial das cartelas com os modelos e as cores de cada um (quando disse 500 modelos não quis dizer 500 pares, cada modelo vem com no mínimo 3 cores diferentes!). Nessa etapa geralmente é elaborada a famosa "wishlist" que nada mais é do que a lista de desejos de compra das meninas. E então é desfechado o golpe final: o anúncio dos preços.
Pronto. Está dada a largada para a temporada de lágrimas, chingamento coletivo contra a Grendene (que é quem fabrica nossos objetos de desejo!), ameaça de greve de fome, enfim, passamos pelos famosos 5 estágios de Kubler-Ross:
- Negação - Você não acredita que o preço é esse. Fuça em diversos blogs pra ver se não está tendo um pesadelo. Frase: "Não vou comprar nada, Grendene fdp! Nada mesmo!"
- Raiva - É, os preços são esses mesmo. Você tem vontade de tacar fogo em todos os sapatos que possui e deseja ardentemente colecionar Havaianas. Frase: "Um sapato de plástico não pode valer tanto!"
- Barganha - Voce se convence que precisa de pelo menos 75% da coleção e começa a vender seus sapatos antigos, roupas, perfumes, bijouterias, quer fazer cursos de manicure on line para economizar (no meu caso até o V.R. costuma rodar) tudo para juntar dinheiro. Frase: "Inferno, vou ter que fazer "x" horas extras pra poder comprar esse modelo".
- Depressão - Você analisa friamente a wishlist e descobre que nem que faça 5 horas extra por dia - inclusive sábados e dias santos - conseguirá comprar tudo o que possui. Entra em estado de abdução quando as meninas mais sortudas-abastadas começam a postar seus pares novos (sim, isso é uma depressão pra quem não pode ter). Frase: "Vou deletar meus perfis nas redes sociais e passar a ler Dalai Lama".
- Aceitação - Passado o momento Dalai Lama, a raiva por sua amiga ter comprado aquele modelo e pior, ter ficado um arraso, você aceita a condição que é uma infeliz que acorda antes das seis, trampa de oito a doze horas por dia, paga sua faculdade, o dentista, aluguel, o cabelereiro, e pode cair em uma ou mais das seguintes possibilidades: reduz sua lista a modelos aceitáveis e compráveis, pede um aumento de limite de cartão de crédito, espera pelos bazares ou as vendedoras que dão desconto de 30%, compra outro livro do Dalai Lama e se arrepende pois com mais R$50,00 podia pegar "aquele" modelinho, ou seja: faz das tripas coração pra sustentar seu vício. Frase: "Eu trabalho feito uma condenada, eu mereço me dar de presente!"
( eu não tive coragem de fazer as contas e ver quanto vou gastar!)
Eu já comentei aqui que minha paixão-doença-psicose por Melissa surgiu um pouco antes de eu decidir dar uma guinada na minha vida, certo? E sim, o vício me ajudou a batalhar pelos quilos que estão indo embora - agora estou remodelando meu guarda roupa, e isso vai gerar outro post em breve! Mas outro ponto mega positivo foi o contato com outras garotas que também "melissam" por aí! Fiz diversas amizades, muitas leem o blog também, várias também possuem seu cantinho de "sonhos de plástico" - até criei uma lista com os blogs que eu sigo. Para não fazer injustiça, e não esquecer de ninguém, não vou citar nomes, mas se você der um pulo no meu Twitter, ou no meu Flickr ou no meu Orkut vai encontrar dezenas de meninas maravilhosas que sofrem (será que realmente sofremos? rs) dessa mesma doença que eu: A Síndrome de Centopéia!
(coleção em dezembro-09 - alguns pares se foram, outros chegaram!)
Beijos sabor plástico!
Jú
PS - Nas páginas ai citadas, tem fotos dos modelos, alguns pares que eu procuro, outros que eu vendo. Todos 38. Se alguém quiser ... eu estou no estágio da BARGANHA - hahahahaha